Partiu-se da tese que os indígenas tiveram um papel de suma importância na formação cultural da sociedade brasileira, com suas crenças, hábitos, vocabulário, técnicas. Com o intuito de desmistificar, re-conhecer e valorizar essa inegável contribuição é que desenvolveu-se o projeto interdisciplinar, envolvendo dez disciplinas, durante o primeiro trimestre de 2015.Dois momentos foram marcantes: a palestra do professor Dr. Sandor Fernando Bringmann, especialista na questão indígena dos povos guaranis, que refletiu com os educandos a dura realidade das aldeias, a educação, bem como suas lutas. Outro momento muito significativo foi a visita à Aldeia Guarani em São Miguel, município de Biguaçu/SC – uma área de 48 hectares onde vivem 34 famílias. Os educandos tiveram a oportunidade de passar uma manhã na aldeia. Visitaram a escola, fizeram trilha contemplando a beleza da Mata Atlântica preservada, conheceram sua ervas medicinais e o lugar mais sagrado: “a casa de reza” – local onde o Karai (líder religioso) reúne  as famílias  para rezarem e, acima de tudo, preservarem seus costumes sem perder de vista o sonho da  Terra sem Males, um mundo onde a vida seja respeitada em sua plenitude.

Os educandos ficaram encantados com a experiência. “Uma coisa que me chamou atenção foi a relação deles com a morte, que na verdade a pessoa é plantada de volta de onde veio, da terra. Esse senso de humanidade com a natureza é um ato muito importante que deveríamos levar para o resto de nossas vidas” – relata  Emmanuele Santos. “Senti-me num local com uma energia ótima, onde as pessoas se apoiavam, como uma grande família”, afirma Fernada Lemos. “Incrível a simplicidades que eles levam a vida e como tratam a natureza”, comenta Maria Eduarda da Rocha

Cada etapa foi orientada por um educador que fez sua abordagem dentro das especificidades da sua área. Como resultado, todos os registro foram organizados e apresentados em um portfólio.

(Texto: Professor Antônio Zani Suski)

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