Muito se fala sobre a necessidade da utilização no dia a dia da inteligência emocional, racional e espiritual. Mas afinal de contas o que são essas inteligências?

Segundo Ian Marshal,

“Um tipo de organização neural permite ao homem realizar um pensamento racional, lógico, pautado em regras. Dá ao homem seu QI, ou inteligência intelectual. Outro tipo permite-lhe realizar pensamento associativo, afetado por hábitos, reconhecedor de padrões, emotivo. É o responsável pelo QE, ou inteligência emocional. Um terceiro tipo permite-lhe o pensamento criativo, capaz de insights, formulador e revogador de regras. É o pensamento com que reformula e transforma os tipos anteriores de pensamento. É esse tipo que lhe dá o QS, ou inteligência espiritual.” (pág. 53)

Precisamos refletir nesta questão: que cérebro é esse que age como uma orquestra, que nos diz o que realmente nos fará feliz? Trata-se de uma junção de inteligências que produz um ser humano inteiro, integro, capaz de perceber o mundo com um sentimento de plenitude. Porém nos questionamos, onde foi parar este ser humano? Qual inteligência deixou de usar? Por que o fez? Por que a esqueceu?

Acredita-se que o mental faz parte do físico, que a mente é um fenômeno criado pelo cérebro. Todos nós somos propensos a emoções negativas, mas é importante identificá-las e equilibrar essas emoções com qualidade positiva.

Se queremos mudar, devemos permitir que novas possibilidades surjam em nossa consciência, e essa permissão requer um estilo de vida pautado em valores.

Zohar e Marshal (2002,pag. 29) afirmam ainda que “o QS nos permite integrar o intrapessoal e o interpessoal, transcender o abismo entre o eu e o outro”, possibilitando que o indivíduo se relacione com o outro, compreendendo quem ele é, qual o significado que as coisas têm para ele e para os outros.

A QS vem integrar todas as outras inteligências, permitindo perceber que a vida faz parte de um contexto mais amplo e significativo. E a base necessária para que as inteligências ( QI e QE) operem de modo eficiente. Possuem um poder de transformação e vai além da capacidade emocional e intelectual do indivíduo.

Segundo Einstein, “ penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio e eis que a verdade se revela”. Estar receptivo ao afloramento da QS é o ponto chave. Uma postura serena e reflexiva contribui para que essa inteligência aflore.

Pensar em inteligências, remete-nos ao ser humano: melhor obra criada por Deus. Para falar em ser humano, precisamos pensar em pessoas emocionalmente equilibradas e harmoniosas. Para um mundo moderno tão complexo, é necessário ter como objetivo de vida, inicialmente, o cuidar-se em três aspectos: nosso corpo, com exercícios físicos, alimentação saudável e valorização; nosso pensamento, lendo bons livros, convivendo com pessoas que nos fazem bem, tendo discernimento dos fatos, utilizando nosso cérebro para aspectos positivos e que faça bem para pessoa e para os outros; nosso espírito, emanado de muito amor, acreditando em um ser superior, que sempre nos fortalece e tranquiliza. Para Ludwig Feuerbach (apud Duarte, 1999) um homem completo possui a força do pensamento, a força de vontade e a força do coração. A força do pensamento é a luz do conhecimento; a força da vontade é a energia do caráter; a força do coração é o amor.

Texto: Orientadoras: Simone Antunes, Izabel Ronsani e Vanessa Catuci.